Pela manhã, um resumo equivocado do 8º dia. Era bom demais
pra ser pra mim. Então, mais perdida do que os seminários e os artigos pra semana que vem, me vejo
apavorada no Google, procurando maneiras de como deixar de ser. Eu não queria
deixar de ser. Mas eu julgava ser boa, e a “vítima”, me abriu os olhos me
fechando o coração. Até pensei em ir à igreja. Não sei,vai que,né. De amorosa
abençoada a carcereira colecionadora. Se for, deve ser algum demônio habitado,
pois eu não consigo me enxergar assim. Nunca quis ser. É uma sensação de quase
morte aos 21. Ter vinte e um é isso?
Essas surpresinhas? Lamento horrores pelas cartas que nunca mais escreverei.
Não posso ser intensa,eles confundem com possessividade.
O Frejat procura um amor que ainda não encontrou. Eu
encontrei um,diferente de todos que amei. Nos olhos dele eu descubro uma razão
para viver,mas as feridas dessa vida, a própria vida não me deixa esquecer.
O Frejat é tão poeta que
chega a ser ilusão isso de encontrar alguém numa fila de cinema,numa esquina ou
mesa de bar. Eu encontrei um num cinema para adultos. Local escolhido para uma
festa descente -foi descente,vai. Mas cada um sabe o que faz. Então,eu sou mais
poeta que o Frejat?
Um amor..que seja bom pra mim..
Um amor..que seja bom pro Frejat.
Não preciso procurar. Mas eu sempre vou até o fim,até do que eu não quero
que tenha fim.
Eu o trato bem, não para que ele não tenha medo do que
erroneamente eu julgava ser segredo, mas por amor.
E sabe,eu não gaguejo e ,por vezes, parece que eu não sei o
que falar. Eu não disfarço. Nunca disfarcei,talvez seja por isso que as vezes
eu saio sem ele de lá.
E o Frejat continua procurando,gaguejando,
disfarçando,omitindo. À procura da
bondade alheia.
Daí depois ele tenta encher os pulmões de vida com o Leoni. Já
eu, mal consigo oxigênio. Mas eles me deram 50 receitas, que é são um tanto difíceis,mas
que me fazem deixar a luz entrar. Eu ainda sinto por dentro toda dor dessa ferida,
ah,eu sinto.. mas o pior realmente é pensar, não que vá cicatrizar, mas que
outra, ao longo da vida,virá.
Não,eu não quero manter cada corte em cada viva, nem dores
em exposição,muito menos sair no jornal ou na televisão. Se eu enlouqueci,
perdão.
Eu já ouvi, eu já li, 50 receitas para esquece-lo,mas não
adianta,nada vai resolver. Porque tudo, absolutamente tudo, me traz ele. E eu
nem penso em correr. O que me dá raiva não é o que ele fez de errado, nem
nossos defeitos,nem o jeito fútil dele de falar da vida alheia, pelo
contrário,eu adoro. O que dá raiva são essas flores, esses dias nublados, os beijos,o que eu sonho pra nós, são aqueles olhos,aquelas mãos, e o abraço protetor.. é o
que vai me faltar, se eu não tiver aquele amor.
Ah,como eu ouvi 50 receitas..
50 receitas de como morrer de amor. 50 receitas de como amar
baixinho, deixando em paz os passarinhos.
50 receitas de fazer o Frejat e o Leoni pararem de compor músicas que
fazem despertar o mais louco amor
desnecessário. 50 receitas de como não parecer uma louca apaixonada. Eu procuro
50 receitas que sejam boas pra mim. Vou procurar.
Vez ou outra eu desisto das coisas. Por vezes,nem
começo,pois sei que não vou até o fim. Eu não sei o que eu daria,mas eu daria algo importante para voltar no tempo e ser eu aquele aborto. Ou ser aquela pessoa
fácil de lidar. Nasceria em Abril,pra garantir certa força emocional, que meus
arianos dizem ter . Eu só não abriria mão do meu amor ti,a não que você
quisesse algo mais sadio. Por que não me deu nenhum sinal do amor que eu
poderia te dar antes? E olha que essa
pergunta é para Deus, pro destino,pro responsável de tudo isso. Talvez seja eu
mesma. Já tenho duas décadas. Minha vida crescente,meus apoios decrescentes. E
descrentes. Meu amor por ti dá um livro.
Um rio. Um crime. Mas talvez eu abandone tudo isso – é impossível, é impossível
– só para ver a tua paz matinal. Eu quero a tua paz. Eu quero a minha paz.
Lembra da tua multidão e dos meus dedos tentando agarrar a tua mão? Fui
pisoteada. Estou no chão enquanto todos
dançam o que querem. E eu só queria a tua mão, teu coração, tua alma, tua calma,
tua paz que aqui jaz.
E ele se foi. Na verdade,há 5 anos. Nossa,5 anos! Eu juro
que eu não me importo,porém já dizia Drummond: “Mas as coisas
findas,muito mais que lindas,essas ficarão.”Há 5 anos ele foi
legal,tinha um belo cabelo e era inteligente. Era sensível também. Ou fingia
ser. Vai ver eu não o enxergava por não ter os olhos de hoje,sóbrios. O que
esperar dos meus olhos esperançosos,juvenis e sem miopia? Ele. Puro fel,era
isso o que eu poderia esperar. De gênio a gêmeos. O sangue do teu touro não é
compatível com o meu câncer.
36 pessoas querem se matar. Tudo na vida é fila. É tudo uma
espera sem certeza,é cansativo. É revolta,desesperança. O otimismo é
mentiroso,eu tenho a plena certeza disso. Quero muito estar errada. Quando eu
conforto,é por puro clichê. Não é nem educação,só uma atuação.Então,já não
conforto mais.
Naquela lugar havia somente eu e você. Era bom,beirava ao
perfeito. A gente ria,a gente lia,beijava,jogava,você até me irritava,mas não
passava de saciar o seu desejo pela minha cara irritada. Foi então que eu acordei. Havia um lugar,que
era nosso,mas não estávamos sozinhos. Não era perfeito,a gente mal ria,você não
gostava do que eu lia. Forçada,te beijava. A gente jogava,mas você roubava.
Você me irritava,então ia deitar,adormecia e sonhava que te matava. Então eu
acordei determinada,fiz do sonho realidade,você não mais existia e eu tinha
liberdade.
Já é sexta-feira e eu sinto aquele cansaço da semana
toda,mas nenhum pingo de sono. Não me arrisco a deitar,porque sei que as invés
de sono,o que virá serão aqueles pensamentos inúteis,lembranças que não se
apagam e situações que nunca aconteceram. A noite é tipo um castigo causado
pelas minha promessas não cumpridas. Devo ao banco,devo à Deus e São Longuinho,santo
dos pulinhos. Lembrei que eu já me apaixonei por um maluco. De verdade. De
verdade,o maluco. Sérias tendências psicopatas. Eu me apaixonei por isso.
Imaginava a gente bolando planos infalíveis,que nem o Cebolinha,porém com uma
resposta positiva. Imaginava também o sexo. Nós de mãos dadas pela
cidade,xingando todo mundo mentalmente. Desisti de ir frente quando eu ouvi ele
falar sobre o psiquiatra dele. Aquilo não era pra mim. Eu não precisava de um gêmeo,eu precisava de um
desafio.