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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Tio B.

Tio. Era assim que eu o chamava,parece até clichê pro resto da história,mas fazer o quê? Ele realmente era meu tio. 23 anos mais velho,algumas rugas,barba por fazer,barriga levemente saliente,óculos de grau,algumas tatuagens e um ótimo gosto musical. Desde mais nova,uns 10 anos,meu tio sempre me levava ao quarto dele para me mostrar os seus CDs. Ele gostava de The Beatles. Fazia isso para não deixar que as músicas da Kelly Key,que minhas primas viviam ouvindo,apodrecessem meu inocente cérebro. Fui ouvindo o que o Tio B ouvia. Fui gostando do que o Tio B gostava.
Meu tio tinha uma namorada,uma mulher de seus 30 anos,loira,um pouco acima do peso. Eu não gostava dela. Quando Tio B não a conhecia tinha mais tempo para me apresentar novos sons,novos conhecimentos,que eu gostava de usar,de esfregar na cara dessas minhas primas que desciam até o chão com suas minúsculas bundas ao som de “é o tchan”. Eles namoravam havia3 anos,ela se chamada Michele,de seus 30 e tantos anos,funcionária pública,que nem Tio B. Um terrível dia então,eles casaram. Penso que a tal da Michele deve ter feito alguma macumba para que isso acontecesse ou então uma puta de uma chantagem. Não queria acreditar que toda a atenção que era minha,seria só dela,e o pior,eles sairiam da cidade,somente para completar a minha infelicidade.
No dia do casamento dos dois,adoeci. Fiquei em casa,aos cuidados da vizinha,que era muito amiga de minha mãe. Febre, vômito e tosse,estão aí os ingredientes secretos para uma bela desculpa. No mesmo dia,mais cedo,meu tio se despediu de mim,deixando comigo um chaveiro,que era uma pequena bola de sinuca,preta,número 5. Tio B havia começado a me ensinar a jogar,porém nunca aprendi muito bem. Corpo pequeno,braços pequenos para aqueles tacos nada infantis. Então ele se foi com a vaca da Michele.
O que eu sentia por Tio B aos 10 anos de idade,nada mais era do que o sentimento de ter um irmão daqueles que te tratam bem,com a ilusão de meu tio ser um anjo disfarçado. Aliás,um anjo,um papai Noel e um coelho da páscoa. Todas essas coisas que eu julgava serem boas. Eu,filha única sofrimuito com a partida de um grande amigo do mesmo sangue.
Então,5 anos se passaram e durante esse tempo,eu até fiz uma amiga,mas ela se distanciou quando eu contei que havia visto um filme pornô – sem querer – com o botão de mute ativado,numa madrugada dessas. Então, fui sobrevivendo com o Paul, o John, o George e o Ringo.
Is there anybody going to listen to my story all about the girl who came to stay?”
Só nós cinco,o que já é muito.
No dia 6 de setembro, ouvi minha mãe ao telefone,com o Tio B. Havia se separado. Motivo: Michele queria bebês,Titio não. Isso nos mostra como,às vezes, as vilãs das novelas fazem tudo errado,um bebê nem sempre aproxima um casal. Depois de muitas brigas sobre tal assunto,meu tio pediu a separação. E o melhor: voltou para casa! A minha casa! Já que havia vendido a casa em que morava para comprar a outra,no outro estado. Enquanto ele não se estabilizava,minha mãe,claro,ofereceu a casa para meu tio ficar. Mas okay,5 anos se passaram,eu só tinha um pouco de contato com Tio B pelo telefone,não via o seu rosto nas fotos que mandava,pois me recusa a ter que encará-lo junto da  vadia que roubou meu anjo de 38 anos.  No dia 9,uma terça-feira,minha mãe saiu para trabalhar,não comentei nada sobre meu pai,porque ele não morava mais com a gente,mas com a segunda esposa,mas creio que nesse dia,ele também tenha ido trabalhar. Ficamos eu e o Darwin,meu cachorro,em casa.
Eu fiquei em casa,pois não estava com espírito para sair de casa e enfrentar aquelas pessoas que não falavam comigo. Minha mãe compreendia essas minhas crises,então sempre deixava eu ficar quieta.
Às 10 horas da manhã,eu ainda estava deitada,não dormindo,mas pensando. Ouço então o barulho que a porta pesada da sala fazia quando era aberta. Pensei que fosse minha mãe que tinha voltado para buscar a carteira,o colírio,o que fosse,portanto nem me levantei. Então a porta do meu quarto abre e eu de bruços,me viro lentamente. Um homem! Dois gritos meus! E a calmaria dele:
- Calma,Alice,sou eu,Tio B!
Fiquei num estado tão paralisado que esqueci que estava somente de calcinha e camiseta fina.
- Tio B...
Repeti mais que surpresa!
Então ele veio,me pegou pelos braços e me abraçou. Eu, com 1 e 60,em cima da cama,abraçada a meu tio,1 e 80 , em pé. Dei um abraço muito forte,que creio que meu tio tenha sentido meus seios contra seu peito.
Quando ele me soltou,me olhou nos olhos e deu um sorrisos daqueles de felicidade. E saiu. Cozinha,banheiro,não vi para onde dobrou... Só senti. Senti uma imensa coisa boa morando no meu coração e algo um tanto úmido entre minhas pernas.
Mudei de roupa e fui atrás dele.
Estava no quarto que não era de ninguém. Um quarto para improváveis hóspedes. Entrei e sorri para ele,que sorriu de volta,passando a mão em meus cabelos.
- Feliz que voltou,Tio B!
- Feliz em estar de volta! E você,hein? Quem te deixou crescer? Não me diga que se rendeu a Kelly Key!
- Jamais! Após ser abandonada por você,me apeguei com força aos besouros.
Ele riu.
- Mas,então,Alice,me conta como taa vida! Qual o nome do seu namorado?
- Namorado? O quê é isso?
Eu ri.
- Ah,fala sério,vai dizer que,VOCÊ,linda do jeito que é,e que ficou ainda mais,não beijou nenhum rapaz ao som de something?
- Ah,tio,beijar,beijei. Ao som de carros,buzinas,ônibus. Nenhum Roberto da vida, não... Só inúteis mesmo.
Nesse momento,dei-me conta do que disse ao perceber seu olhar de estranhamento. Virei e sai,o mais rápido.
Roberto. Beto. B.
Minha mãe era enfermeira,e havia dias que ela precisava fazer plantão no hospital em que trabalhava. Nesse dia,não era dia de plantão. Porém,ao meio-dia,minha mãe ligou avisando que precisaria ficar até o outro dia,pedido de uma outra enfermeira que teve que voltar mais cedo para casa,pois o filho pequeno estava com febre alta. Okay,tudo bem. Comprei o almoço para mim e Tio B.
Nos sentamos no sofá,pois adorávamos quebrar as regras da minha mãe. Não comer no sofá era uma delas. Enquanto tio B saboreava sua marmita de carne assada com aqueles molhos malucos que acompanham,eu me esquivava dos pingos quentes que os fios de macarrão do meu nissinmiojo deixavam cair quando ao invés de serem sugados numa boa,ficavam balançando.
Tio B,que terminou de almoçar primeiro que eu,ficou me contando das bandas novas que havia conhecido,quando Michele saía e ele podia ficar ouvindo no ultimo volume. Green Day, Franz Ferdinand, The Hives. Eu conhecia todas, engoli o macarrão as pressas e cantei:
It's too late,It's too soon
Or is it Tick TickTickTickTickTick Tick…”
- Boom!
Completou meu tio.
Esse momento foi tão gostoso que larguei o prato no chão, cheguei mais perto e o abracei mais uma vez. Pus minhas mãos em seu pescoço,a cabeça deitei no ombro e um dos joelhos ficou levemente apoiado na coxa esquerda dele. Tio B pôs a mãos na minha cintura de leve,depois deslizou e me abraçou por inteiro,se juntando mais,me curvando,me deitando. Quando vi,estava totalmente deitada no sofá,com tio B em cima de mim,havia se encaixado entre minhas pernas e estava com cabeça nos meus seios,de olhos fechados,respirando fundo,como se estivesse se sentindo aliviado. Ou culpado.
Quando levantou a cabeça,olhou para mim com o olhos marejados e pediu desculpas. Saiu de cima e ficou sentando com as mãos na cabeça. Não entendi o motivo das desculpas.
- Eu fiz alguma coisa,tio?
- Não,jamais! Eu que quase fiz...
- E o que foi?
- Nada,Alice,nada. Eu vou tomar um banho.
Tio B se levantou,e antes que pudesse dobrar o corredor e entrar no banheiro,corri e o puxei-o pelo braço,fazendo com que se virasse. Empurrei meu tio até a parede,com a cara de espantado que fez,e o beijei. Forte. E estava gostoso,diferente do beijos dos idiotas da escola,que gozavam a qualquer leve toque nas suas calças. Ele me beijou de volta,agarrando com força meu corpo contra o dele. Primeiro desceu timidamente a mão direita,depois a esquerda,já sem a total vergonha,agarrou minha bunda. Parou por uns segundos de me beijar,o tempo que levamos até chegar no sofá novamente. Tirou minha blusa,eu tirei sua camiseta. Ainda a velha barriga levemente saliente. Enquanto me beijava conhecendo cada canto da minha boca com a sua língua,foi descendo a mão até meus seios. Desabotoou o sutiã sem graça,e tocou. Apertou. Foi conhecendo o restante do meu corpo,agora com a boca,que não tinha mais seus beijos,mas uma forte respiração. Passou pelos seios,fez o que queria. Desceu ao umbigo,fez o que queria. Chegou ao meu short. Abriu um botão,desceu o zíper,tirou o short. Por cima da minha calcinha branca,passou a mão sentido a poça,o mar, o oceano que já havia jorrado de mim. Devagar ele foi tirando,me deixando nua e feliz naquele sofá.
Enquanto eu o olhava,ele tirava sua bermuda,ficando de cueca,e mostrando-me o seu nível de desejo. Duro. Ajoelhou-se e abriu suavemente minhas pernas. Senti sua língua passear em mim,devagar,indo e voltando,movimento circulares,mais fundo,bem de leve,depois chupou com força o ponto mais forte, aquilo fez eu me estremecer. Apertei seu braço com força para demonstrar o meu nível de desejo. Depois disso,me pegou pelas mãos e fez com que eu me ajoelhasse a ele. Antes,uma almofada no sofá sagrado nos meus joelhos para não me machucar. Meu tio era realmente um homem amável. Baixou a cueca,elevou-se o amor. Era lindo,era duro,era comível,chupável,gozável. Então eu chupei o amor. Pela primeira vez!
Fui,voltei,fiz com que entrasse todo na minha boca. O amor era meu. Amei,olhando no olhos dele,que fazia uma linda expressão enquanto segurava com força meus cabelos. Ele me levantou e me pôs de quatro no sofá. Se eu estava de costas,é porque seria uma surpresa. Uma surpresa do amor é sempre bem recebida. Fiquei do jeito que ele me disse. Apoiada,de joelho no sofá,cabeça encostada numa outra almofada. Ele veio. Fez um certo charme por fora,fazendo com que eu empinasse um pouco na intenção de acelerar a entrada dele em mim. Mas com calma,ele foi. Quente,queriaque não acabasse,que não tirasse,que fosse,mas voltasse, o mais rápido que pudesse.
Minha respiração ficou mais acelerada e eu só pensava em ter mais, doía um pouco,mas quem se importa? Dizem que o amor machuca um pouco mesmo. No auge dos gemidos,respirações e desejos,veio o amor de dentro dele! Me virei e sentei no sofá,peguei o amor e chupei mais uma vez. Era gostoso,fazia ficar mais macio,molhando,limpei tudo. Abracei Tio B. E tive a certeza que aquilo foi a regra mais legal de ser quebrada naquele sofá.

Priscilla Way

Na madrugada de 09 para 10 de Novembro de 2013.

3 comentários:

  1. Poxa... Polêmica e verdadeira.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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  2. amei o texto e me pergunto: como não pude vir aqui antes?

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  3. Oi, Priscila!
    Vim aqui lhe desejar um feliz ano novo (apesar de ser dia 2) e dizer que esse ano vc conquiste muito mais do que conseguiu ano passado, que a inspiração bata sempre a nossa porta e que a alegria esteja sempre conosco. Que vc persevere nos seus objetivos e seja muito feliz :)))

    Um abraço, sua linda!

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Oi